quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O Projeto Vir-a-Vila



Por Emanuelle Lourenço e Júlio Gabriel

O Projeto Vir-a-Vila iniciou-se por volta de 2012 como o “Projeto de Extensão Vir-a-Vila - Grupo de Comunicadoras e Comunicadoras Adolescentes e Jovens da Vila de Ponta Negra”, construído por estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e tendo como proposta a realização de oficinas de fotografia popular com crianças da Vila de Ponta Negra, localizada na zona sul do município de Natal. As pessoas envolvidas no Projeto nessa fase eram pertencentes aos cursos de Comunicação, Artes Visuais e Pedagogia, os quais se engajaram no projeto pelo interesse em fotografia, educação popular e a necessidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na graduação.

Seu objetivo era permitir que essas crianças pudessem registrar ambientes do seu cotidiano, as ruas pelas quais passavam e os lugares que frequentavam, possibilitando uma nova perspectiva sobre esse cenário. De acordo com o blog do projeto ele se baseia na Educomunicação, ou seja, algo que “é tanto uma prática quanto um conceito na interface entre Educação e Comunicação.” Permitindo uma prática que se utilize de recursos tecnológicos de forma favorável à relações comunicativas mais horizontais, acessíveis à todos.
O projeto, a princípio, tinha como sede a Escola Estadual Professor José Fernandes Machado (EEJFM), conhecida como Machadão, atraindo principalmente os estudantes da escola os quais em sua grande maioria são moradores da Vila de Ponta Negra. Porém, as crianças de outros bairros também se interessaram e começaram a participar. Além das oficinas de fotografia também eram realizados os “cines”, mostras de cinema para a comunidade e exposição das gravações realizadas pelos estudantes do Machadão.
Atualmente o Projeto não se configura mais como de extensão, dada as dificuldades para encontrar professores universitários que pudessem orientar o trabalho e tivessem disponibilidade para isso, os participantes decidiram gerí-lo eles mesmos. O trabalho conta então com parcerias para a realização das atividades e os colaboradores são voluntários. Em função das novas circunstâncias, o perfil desses participantes é bastante diversificado e eles possuem diferentes tipos de saberes e formação, são músicos, estudantes de Ecologia, Educação Física e que se unem pela afinidade, a vontade de agregar a esse trabalho coletivo e pelo engajamento político, não no sentido partidário, com a proposta e a perspectiva norteadora do Vir-a-Vila. Assim como no começo do projeto, as crianças são de diferentes bairros e a frequência de participação deles é muito inconstante.
As reuniões que anteriormente aconteciam em torno de três vezes por semana agora são realizadas em uma vez por semana ou quinzenalmente, de acordo com a estrutura e as possibilidades dos colaboradores. De acordo com William Cosme, estudante de Pedagogia e participante do projeto “não há um objetivo mais concreto pedagogicamente falando, algo mais fechado com relação ao que o Vir-a-Vila pretende, é algo que é mais improviso e que a gente [os participantes] pretende construir.”
As atividades desenvolvidas variam de acordo com os educadores populares que irão ministrá-las, alguns exemplos são: brincadeiras, desenhos com elementos do ambiente natural, atividades que envolvem o movimento (como dança), contação de histórias e artesanato. Além do incentivo à alimentação orgânica e a reciclagem.

O espaço físico em que ocorrem as atividades do Vir-a-Vila apresenta bastante diversidade cultural, já que localiza-se em ambiente muito rico natural e socialmente. A proximidade com a praia e o contato com pescadores, artistas, rendeiras e moradores da Vila de Ponta Negra possibilita diversos momentos educativos para os participantes.
Ao término das atividades os colaboradores se reúnem para discutirem o que ocorreu durante o dia, quais os êxitos, os problemas, as sugestões para os próximos encontros, diálogos que contribuem significativamente para a coesão do grupo, para a elaboração dos próximos planejamentos e para a formação desses educadores populares.
Para saber mais:


Fontes:



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